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Oscilações no preço do plástico: fatores globais que impactam a indústria

O mercado de plásticos de engenharia é altamente sensível a variáveis econômicas, políticas e ambientais. Não é raro observar oscilações...

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O mercado de plásticos de engenharia é altamente sensível a variáveis econômicas, políticas e ambientais. Não é raro observar oscilações significativas nos preços ao longo do ano, impactando diretamente indústrias de transformação, distribuidores e clientes finais. Entender as causas dessas variações é essencial para planejar compras estratégicas, proteger margens de lucro e manter a competitividade.

Segundo o IBGE, o Índice de Preços ao Produtor da Indústria de Transformação acumulou +9,42% em 2024, mostrando a pressão de custos sobre matérias-primas e insumos. Já em maio de 2025, o mesmo índice apresentou retração de −1,29% frente ao mês anterior, evidenciando que oscilação de preços também pode representar oportunidades de compra estratégica (IBGE).

Principais fatores que influenciam os preços do plástico

1. Matéria-prima derivada do petróleo

Mais de 90% dos polímeros têm origem no petróleo e no gás natural. Assim, qualquer variação no preço do barril se reflete quase de imediato no valor das resinas. Quando o petróleo Brent sobe de US$ 70 para US$ 90, os transformadores sentem o impacto direto no custo de produção.
Fonte: Investing.com – Petróleo Brent

2. Câmbio

Como boa parte das resinas de engenharia é importada, a valorização do dólar encarece o custo final. Em 2022, a variação cambial de R$ 4,80 para R$ 5,40 elevou em mais de 12% o preço médio de importação de poliamidas e POM no mercado interno.
Fonte: Banco Central do Brasil – Relatório Focus

3. Oferta e demanda

Segundo a Mordor Intelligence, o mercado global de POM (Polioximetileno) foi estimado em US$ 4,35 bilhões em 2024, com previsão de atingir US$ 5,87 bilhões até 2029 (CAGR 6,2%). Já o mercado de poliamida na América do Sul deve crescer de US$ 0,96 bilhão (2024) para US$ 1,30 bilhão (2029). Esses números revelam uma demanda crescente, que pressiona preços em períodos de alta industrial (Mordor Intelligence).

No Brasil, o preço médio das resinas variou entre R$ 4.700/t em janeiro de 2025 e R$ 4.090/t em junho, com leve recuperação em julho (R$ 4.310/t). Essa oscilação mostra como o mercado interno é altamente vulnerável a movimentos globais de oferta e demanda (Aresb).

4. Cenários políticos e logísticos

Guerras, crises geopolíticas e gargalos logísticos têm forte impacto no setor. O bloqueio do Canal de Suez em 2021, por exemplo, aumentou em até 20% os custos de frete marítimo, refletindo diretamente no preço das resinas no Brasil.

Além disso, segundo a Plástico Moderno, períodos de excesso de oferta global podem levar exportadores a praticarem preços extremamente baixos, o que gera instabilidade e acirra a concorrência no mercado interno (Plástico Moderno).

5. Custo de energia

A produção de plásticos é intensiva em energia elétrica e gás natural. No Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que os custos energéticos industriais subiram mais de 20% nos últimos cinco anos, o que pressiona toda a cadeia produtiva.

6. Taxação de importações

A recente taxação de até 50% sobre produtos importados impacta diretamente o setor. Os efeitos imediatos foram:

  • aumento nos preços de plásticos importados,
  • perda de competitividade para empresas dependentes de importação,
  • elevação do preço de reposição no mercado interno.

Foco em sustentabilidade e inovação

O índice de reciclagem mecânica de plásticos pós consumo no Brasil atingiu seu maior patamar desde 2018, chegando a mais de 23%, segundo a ABIPLAST. Esse movimento abre espaço para uma maior integração de resinas recicladas no planejamento de compras, ajudando a reduzir custos e diminuir a dependência de insumos importados (ABIPLAST).

A oscilação nos preços do plástico é inevitável, pois depende de fatores globais como petróleo, câmbio, oferta e demanda, logística internacional, custos energéticos e políticas fiscais. Cada um desses elementos impacta diretamente a cadeia produtiva, exigindo das empresas maior capacidade de planejamento.

Mais do que acompanhar indicadores econômicos, o segredo está em antecipar movimentos de mercado e usar o estoque de plásticos de forma estratégica. Essa postura permite proteger o negócio contra volatilidade, preservar margens e conquistar vantagem competitiva em um setor cada vez mais globalizado e dinâmico.

 

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